sábado, fevereiro 17, 2007

Fernando Pessoa em exposição de BD na Faculdade de Belas Artes de Lisboa

 
Uma das pranchas da BD Anunciação, dedicada a Fernando Pessoa. Esta, a segunda, é da autoria de Ricardo Reis (desenho), Cristiano Baptista (cor), e André Oliveira (argumento). 

Continuação (3ª prancha) da obra em BD Anunciação, com fulcro no poeta Fernando Pessoa, desta vez com desenho e cor de Miguel Gabriel, sob argumento genérico de André Oliveira.
Imaginarte é o Núcleo de Ilustração, BD e Argumento da FBAUL-Faculdade de Belas Artes de Lisboa que, com início no ano lectivo do ano passado, tem estado a dinamizar, cultural e artisticamente, aquele estabelecimento de ensino superior.

A actual exposição organizada pelo Imaginarte, instalada no 2º andar do edifício, tem por título a que é considerada a última frase escrita pelo poeta antes da sua morte: Dá-me vinho que a vida é bela, e, como subtítulo, Um Olhar sobre Fernando Pessoa.
A banda desenhada em exposição é composta por cinco pranchas, cada uma delas criada graficamente por um autor diferente: Nuno Frias, Ricardo Reis, Miguel Gabriel, João Leal e de novo Nuno Frias, todos a trabalhar sob texto ficcional de um só argumentista, de seu nome André Oliveira. Era praticamente inexistente, na BD portuguesa, casos destes, de um único argumentista trabalhar com vários autores para uma determinada obra. Mas, de repente, as coisas mudaram: em 2006 surgiu a obra Virgin's Trip, em que colaboraram vários desenhadores (Pepedelrey, JCoelho, Rui Gamito e Rui Lacas) sob argumento de Pepedelrey e guião de Nuno Duarte. Já este ano esquema semelhante voltou a acontecer na banda desenhada colectiva Dias Eléctricos, em que houve um só argumentista, Luís Rainha, para alguns desenhadores.
Claro que este esquema também faz lembrar algo parecido - salvaguardando as devidas distâncias... -, realizado na BD francesa, mas de bem maior dimensão (como se costuma dizer: "à grande e à francesa"): a obra Decálogo, que, como é sabido, são dez tomos desenhados por artistas vários com um único argumentista, o categorizado Giroud).

Após estas considerações, voltemos à mostra da Imaginarte, que inclui igualmente pranchas de Ilustração de vários artistas. Um deles, Paulo Tomaz, desenhou sobre madeira queimada; os restantes, que usam como suporte o tradicional papel, chamam-se Ana Mota Ferreira, Sofia Helena Mota, Ricardo Correia, Sónia Carmo, Luís Duarte, Ana Maria Baptista, Roberto Miquelino, Marina Gonçalves e João Monteiro.

 
Um ângulo da exposição de Banda Desenhada e Ilustração (foto de André Oliveira), no bonito espaço exposicional que a Imaginarte tem estado a dinamizar, desde 2006.
A exposição estará disponível para os visitantes, quer alunos, quer para o público em geral (não há quaisquer problemas na entrada naquela Faculdade, o máximo que poderá acontecer é o visitante não aluno ter de informar o serviço de segurança da finalidade da visita), de 16 de Fevereiro a 2 de Março (entre as 10h e as 18h, de 2ª a 6ª feira)
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Nota: O texto deste "post" foi completado após dois pertinentes comentários do visitante "Enanenes", que podem ser lidos na rubrica "comments". Os meus agradecimentos ao dito cujo visitante (ele também bloguista), pelos seguintes motivos: ser visita assídua do meu blogue, leitor atento e activo, visto que se deu ao trabalho, por duas vezes, de me chamar a atenção para lacunas informativas.

6 comentários:

Geraldes Lino disse...

Tens toda a razão, Enanenes. E eu tenho esse álbum, até estive no lançamento, num bar do Bairro Alto, onde confraternizei com vários dos autores-artistas que já conhecia desde há muito (Jorge Mateus, Daniel Lima, João Fazenda). Mas a minha memória é uma caca, e tinha~me esquecido em absoluto desse facto.

Luis Leal disse...

Isto é uma excelente bd para utilizar como ferramenta pedagógica! Principalmente para ensinar literatura portuguesa!
Onde posso encontrar um exemplar?
Um abraço

Geraldes Lino disse...

Ena, carago, não te falha nada, Enanenes: Claro que conheço a obra colectiva Virgins's trip (deves ter visto uma referência minha, aqui neste blogue sobre essa obra, acerca dum picado vertiginoso desenhado pelo Rui Lacas). Mas, no momento em que improvisei o texto concernente ao tema "um argumentista, vários desenhadores", não me vieram à (merdosa) memória essas obras que, qual satã à espreita da presa, me andas a atirar à cara :-)
Tens toda a razão, caro amigo Enanenes, vou já corrigir o texto. graças a ti, ele ficará mais completo. Mas, convenhamos: é esta forma de interactividade uma das facetas mais positivas da blogosfera. Grande abraço.

Geraldes Lino disse...

Luís Leal Pinto (que não tenho o prazer de conhecer):
Aquilo a que me referi foi a uma exposição, na FBAUL (Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa). As pranchas que lá estão patentes ao público, você pode lá ir vê-las, mas não estão publicadas (ainda), por isso não pode encontrar um exemplar. Posso é dar-lhe o contacto do jovem que lidera aquele agrupamento artístico/cultural, e talvez desse vosso contacto possa surgir uma ponte entre a iniciativa deles e a sua pretensão pedagógico/cultural. escreva-me para: Apartado 50273 / 1707-001 Lisboa. Dar-lhe-ei o nome e o nº do tlm do responsável pela citada iniciativa.

Luis Leal disse...

Obrigado Caro Geraldes! Este continua a ser o blog que me mantém actualizado sobre a nossa bd! Espero entrar em contacto consigo em breve.
Cumprimentos.

Geraldes Lino disse...

Caro Ena (ou Enanenes, ou Nuno)
Tiveste razão nos reparos. De facto, quem visse o meu texto final não entenderia os teus comentários, se eu não mencionasse o facto de ter feito alterações graças às tuas chamadas de atenção.
Abraço.