Um álbum de banda desenhada que tem na capa a indicação "provas pré-impressão", e que teve apenas 250 exemplares de tiragem, é algo imprevisível e impensável. Mas aconteceu com esta peça intitulada Luís Figo e a Taça Mundial contra a tuberculose, apresentada ontem em Lisboa, no Centro Cultural de Belém - CCB, breve apresentação inserida no âmbito do Fórum para as Questões de Saúde da Sociedade Civil da CPLP.
Só por isso, o exemplar que consegui obter tem esse aspecto da imprevisibilidade, e a qualidade invejável, para qualquer bedéfilo, coleccionador ou não, de peça "difícil de obter". Neste caso, com a característica de ser uma prova pré-impressão, impossível de conseguir posteriormente, visto que a ínfima tiragem ficou esgotada ontem mesmo.
Claro que irá haver uma edição normal, com distribuição mundial em oito idiomas - árabe, chinês, inglês, francês, hindu, português, russo e espanhol - a iniciar em Setembro. (*)
A banda desenhada que preenche o álbum tem 17 pranchas, a cores, e é o resultado de um concurso mundial. As características da curta obra são eminentemente didácticas, determinadas pelo argumento fornecido pela entidade Stop TB Partnership, para um concurso (de que não fui avisado), mas que teve divulgação no "site" da Bedeteca de Lisboa, conforme ontem me disse a directora daquele equipamento, ela também participante no júri que, entre 22 concorrentes, deu o prémio (€3.150.00) ao filipino Rod Espinosa.
É óbvio que o facto de a obra ter obrigatoriamente finalidades didácticas provoca situações que nada têm a ver com arte. Como, por exemplo a cena visível numa das imagens que ilustra o topo deste "post", mas cujo diálogo descrevo a seguir.
No decurso de uma jogada, um jovem jogador, que corre ao lado de Luís Figo, diz-lhe:
"Luís, eles têm razão. A tuberculose afecta principalmente países asiáticos, africanos e latino-americanos, mas a doença é também um problema grave na Europa de Leste e em todo o Mundo". E acrescenta num segundo balão: "No fim de contas, é uma ameaça para todo o mundo. Não é verdade que afinal vivemos numa aldeia mundial?".
Também em movimento de corrida, Figo (que não ficou lá muito bem no "retrato") responde: "Sim, estamos todos unidos nesta luta. Vamos jogar e derrotar a tuberculose!"
Compreende-se a intenção, mas torna-se ridícula a forma de a concretizar.
Só por isso, o exemplar que consegui obter tem esse aspecto da imprevisibilidade, e a qualidade invejável, para qualquer bedéfilo, coleccionador ou não, de peça "difícil de obter". Neste caso, com a característica de ser uma prova pré-impressão, impossível de conseguir posteriormente, visto que a ínfima tiragem ficou esgotada ontem mesmo.
Claro que irá haver uma edição normal, com distribuição mundial em oito idiomas - árabe, chinês, inglês, francês, hindu, português, russo e espanhol - a iniciar em Setembro. (*)
A banda desenhada que preenche o álbum tem 17 pranchas, a cores, e é o resultado de um concurso mundial. As características da curta obra são eminentemente didácticas, determinadas pelo argumento fornecido pela entidade Stop TB Partnership, para um concurso (de que não fui avisado), mas que teve divulgação no "site" da Bedeteca de Lisboa, conforme ontem me disse a directora daquele equipamento, ela também participante no júri que, entre 22 concorrentes, deu o prémio (€3.150.00) ao filipino Rod Espinosa.
É óbvio que o facto de a obra ter obrigatoriamente finalidades didácticas provoca situações que nada têm a ver com arte. Como, por exemplo a cena visível numa das imagens que ilustra o topo deste "post", mas cujo diálogo descrevo a seguir.
No decurso de uma jogada, um jovem jogador, que corre ao lado de Luís Figo, diz-lhe:
"Luís, eles têm razão. A tuberculose afecta principalmente países asiáticos, africanos e latino-americanos, mas a doença é também um problema grave na Europa de Leste e em todo o Mundo". E acrescenta num segundo balão: "No fim de contas, é uma ameaça para todo o mundo. Não é verdade que afinal vivemos numa aldeia mundial?".
Também em movimento de corrida, Figo (que não ficou lá muito bem no "retrato") responde: "Sim, estamos todos unidos nesta luta. Vamos jogar e derrotar a tuberculose!"
Compreende-se a intenção, mas torna-se ridícula a forma de a concretizar.
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Título: Luís Figo e a Taça Mundial contra a tuberculose
Nota sob o título: Provas pré-impressão
Mini-álbum formato A5
Capa, a cores, em papel de elevada gramagem
Miolo, a cores, com 18 páginas a cores, em papel de gramagem igual à da
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(*) A produção e distribuição do livro, na sua edição definitiva, está a ser apoiada por numerosas entidades, descritas em inglês, tal como o título Luís Figo and the World Tuberculosis Cup, na "Press release" da seguinte forma:
. Bedeteca de Lisboa, Lisbon, Portugal (http://www.bedeteca.com/)
. The Belgiam Centre of Comic Strip Art - Brussels, Belgium (http://www.comicscenter.net/)
. Cartoon Art Museum, San Francisco, USA (http://www.cartoonart.org/)
. The Cartoon Museum - London, UK (http://www.cartoonmuseum.org/)
. Cité Internationale de la Bande Dessinée et de l'Image - Angoulême, France (http://www.cnbdi.fr/)
. Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora - Amadora, Portugal (http://www.amadorabd.com/)
. Festival International de la Bande Dessinée - Angoulême, France (http://bdangouleme.com/)
. International Festival of Cartoon Stories KomMissia - Moscow, Russian Federation (http://www.kommissia.ru/)
. Kyoto International Manga Museum - Kyoto, Japan (http://www.kyotomm.com/english/index.html)
. South Asian Research Centre for Advertisements, Journalism & Cartoons - Haryana-India (http://www.sarcajc.com/Home_Page.html
... e mais umas tantas entidades que nada têm a ver com a BD, inclusive a Foundation Luís Figo, Lisbon, Portugal.
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"Posts" anteriores da rubrica "Álbuns de BD imprevisíveis e difíceis de obter"
(IX) Agosto 27 - Postais de Viagem - Autora: Teresa Câmara Pestana
(VIII) Agosto 23 - Babinsky - Autores: Luís Henriques e José Feitor
(VII) Agosto 20 - Os Problemas Fiscais de Porfírio Zap - Autor: José Carlos Fernandes
(VI) Junho 30 - A Aventura de Cabral ou A Invenção do Brasil - Autor: António Martins
(V) Jun. 17 - A la recherche du trésor de Rackham le Rouge - Autor: Hergé
(IV) Abril, 1 - Aquaventura em Almada - Autores: Carlos Laranjeira (desenho), Paulo Rebelo e Isabel Laranjeira (argumento)
(III) Fev. 9 - Everest - Autor: Ricardo Cabral
2007 (Daqui para cima)
(II) Setembro 1 - As Bodas de D. Dinis e Isabel de Aragão em Trancoso - Autor: Santos Costa
(I) Ag. 8 - O Passeio de Inês - Autores: Carlos Rocha (desenho), José Carmo (arg.)
2006 (Daqui para cima)
7 comentários:
Caro Lino:
Vai haver uma sequela: "Provas do meu pré, São!".
É a história da generosidade de Luís Figo, que do seu bolso promoveu um grandioso banquete no salão nobre da Fundação Luís Figo. Sendo que as vitualhas são consttuídas pelo pré que Figo ganhou ao longo dos últimos anos no Inter.
Quando eu era puto, havia umas moedinhas de chocolate, com prata por fora, comestíveis.
Ah! já agora: há uns 18 anos, dei com uma revista ("Cargo") que apresentava em algumas páginas um curiso símbolo (parecia uma mira), acompanhado da palavra: simetria!
Uau. É só o que me ocorre dizer depois de ver isto! Mas toda a BD merece ser divulgada, independentemente da sua qualidade. Ah, e em vez de "espanhol" leia-se castelhano. :) cheers
Caro Anónimo
É exactamente isso que penso. Eis a razão porque, independentemente, das qualidades e defeitos da peça, a considero como digna de apreço enquanto objecto de BD imprevisível e difícil de obter, no futuro.
Quanto a essa história de você achar que se deve dizer castelhano e não espanhol, na minha opinião isso poderá constituir uma guerra linguística para os espanhois, que me passa ao lado. Apenas sei, por exemplo, que em Lisboa há o Centro Espanhol onde há cursos de espanhol, e sei que o castelhano foi adoptado como língua oficial de Espanha, o que quer dizer que é o castelhano que é a língua espanhola. Hablas español?
...existem várias línguas espanholas: Galego, iuskad (não sei se se escreve assim), catalão... e castelhano.
Hablas castellano? Hasta martes, por las ocho!!
Claro que é a variante castelhana, mas que foi adoptada oficialmente como língua espanhola.
Nós em portugal temos duas línguas: o galego (afinal, o que nós falamos é a língua galega, e os galegos têm muita honra nisso) e o mirandês.
Mas ninguém vai passar a dizer (acho eu que não) que nós falamos galego, porque essa variante foi adoptada, com ligeiras modificações, como "português" (ou língua portuguesa".
Hmm,o Figo parece o Silvester Stallone :P
Caro Graça
Agradeço a tua visita e o teu comentário.
A braço.
GL
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