quarta-feira, junho 20, 2012

Exposições BD Avulsas (XX)


Franco Caprioli (1912-1974) foi um dos mais importantes autores italianos de banda desenhada, cujo estilo muito marcado pela técnica do pontilhismo deixou marcas bem visíveis noutros autores, em especial num outro italiano chamado Milo Manara.

Em justa homenagem pela passagem do centenário do nascimento de Caprioli, vai estar patente no Espaço Inovinter, em Moura, a partir das 18h00 do dia 22 de Junho, uma exposição de imagens de obras em BD de sua autoria. 

A exposição é comissariada por Luiz Beira, grande admirador e profundo conhecedor da obra do autor italiano. A produção do evento é da responsabilidade da Câmara Municipal de Moura, em parceria com o GICAV - Grupo de Intervenção e Criatividade Artística de Viseu.

No mesmo dia da inauguração será lançada um álbum, editado pela Câmara Municipal de Moura, contendo uma bd completa em oito pranchas a cores, da autoria de Caprioli, intitulada "Olac, o Gladiador", obra que, em Portugal, apenas existia editada a preto e branco. 
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Breve biobibliografia

Franco Caprioli, um dos mais ilustres autores da banda desenhada italiana e mundial, nasceu em Mompeo, província de Rieti, no dia 5 de Abril de 1912.

Desde cedo, manifestou grande paixão pelas coisas do mar (talvez influenciado por um tio, Capitão de fragata), o que, aliado ao jeito para o desenho, originou um caso curioso: o pequeno Caprioli começou a desenhar o mar mesmo antes de o ter visto pela primeira vez! Esta paixão manteve-a ao longo da vida o que, naturalmente, se refletiu na sua obra, onde a temática marítima e os países exóticos tiveram um papel muito relevante. Por essa razão Caprioli ficou conhecido como “O Poeta do Mar”.

A sua “imagem de marca” foi a utilização do “pontilhismo” (técnica que consiste em desenhar pontos muito próximos uns dos outros, para dar a ilusão de sombras ou relevo), que aplicou com mestria nas histórias que desenhou.

A obra de Caprioli - imensa e magnífica – espraiou-se por revistas italianas mas também inglesas, francesas, belgas, espanholas e portuguesas.

Na sua obra contam-se algumas das melhores adaptações de clássicos da literatura popular, muitas delas publicadas no nosso país como, por exemplo, “A Ilha Misteriosa”, “Miguel Strogoff”, “Os filhos do Capitão Grant”, “Os violadores do bloqueio” ou “Aventuras no Mar” (romances de Julio Verne, editados nos anos 70 e 80, sob a forma de álbum BD, e que hoje se encontram praticamente esgotados).

“Os filhos do Capitão Grant” foi mesmo a última história em que o artista trabalhou, deixando-a inacabada devido ao seu súbito falecimento, em Roma, a 8 de Fevereiro de 1974.
Outro desenhador italiano, Gino D’Antonio, completaria, posteriormente, o seu trabalho, desenhando as últimas sete páginas.
(Texto de Carlos Rico)
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