sexta-feira, dezembro 23, 2005

Banda Desenhada na Internet (Portugal) - Blogues, sítios e portais de BD - de A a Z - Os meus favoritos (I) - "Mania dos Quadradinhos"


Antes de mais, a minha opinião: um excelente blogue. Por outro lado, um comentário, não depreciativo, mas que não posso deixar de fazer.

Este é um dos vários blogues que, teimosamente, insistem em preservar a antiga expressão portuguesa, muito bonita inquestionavelmente, mas com um aspecto algo perverso: mantém uma conotação vagamente infantil, que a expressão "Banda Desenhada" tende a ultrapassar no espírito dos não especialistas.
Coordenado e redigido por Rezendes, este blogue tem atraente apresentação, onde o fundo negro faz realçar as imagens de fotos e desenhos.
Rezendes (de que sei o resto do nome, mas que não tenho o direito de mencionar), é alguém que conheço há muitos anos. Como sócio-fundador que fui do Clube Português de Banda Desenhada - CPBD, e, por conseguinte, presença habitual durante muitos anos na sede da colectividade, ali o conheci.
Rezendes chegou a encarregar-se, sozinho, da feitura de um número do "Boletim do CPBD" e organizou, creio que sem quaisquer ajudas, uma exposição de banda desenhada em Santo António dos Cavaleiros, local onde residia (reside?) e onde exercia (exerce?) a função de professor.
Voltando ao blogue: quanto aos textos, ali se incluem notas biográficas sobre autores e "heróis", não se furtando o bloguista de ir buscar nomes pouco conhecidos dos bedéfilos mais novos, ou daqueles que só têm olhos para os super-heróis e para as personagens das "mangás".
Exemplificando, um dos "posts" mais recentes tem a ver com José Cabrero Arnal - autor espanhol clássico, mas celebrizado em França -, especialista dum género habitualmente pouco valorizado, o cómico animalista, e as respectivas personagens, o cão Pif e o gato Hercule.
Deslizando ao longo do blogue - bastante extenso, mas sempre com múltiplos motivos de interesse para qualquer bedéfilo -, é fácil encontrar artigos bem documentados sobre séries famosas, designadamente The Katzenjammer Kids, personagens conhecidas em Portugal sob vários nomes (Necas, Tonecas, Barbaças e Leocádia, ou Sobrinhos do Capitão, por exemplo), criados ao sabor da imaginação dos editores das várias revistas de banda desenhada onde as suas peripécias foram reproduzidas.
Tratando-se de alguém com cultura abrangente, o "blogger" Rezendes fala igualmente de Cinema, pelo menos quando as personagens também foram "heróis" da BD - caso de Roy Rogers, entre outros.
Completa o blogue uma extensa lista de "weblogs" e "sites", portugueses e estrangeiros, dedicados à Narração Figurativa (vulgo Banda Desenhada), que demonstram a forma atenta, especializada e selectiva com que o bloguista Rezendes observa o universo dos Quadradinhos.

Vale a pena visitar a Mania dos Quadradinhos no endereço
http://quadradinhos.blogspot.com/

13 comentários:

João Rosa disse...

Não te esqueças de falr sobre o meu :D.

Fica Bem,
CW

Geraldes Lino disse...

Olá Celtic Warrior.
Tenciono mencionar, mesmo que muito sinteticamente, todos (os de que tenha conhecimento) os meus pares bloguistas bedéfilos.
A propósito: Quem és tu? Conhecemo-nos pessoalmente? És de Lisboa?
Feliz Natal e Bom Ano Novo

Anónimo disse...

O referido blog é outro dos meus habituais locais de informação e como é natural de comentário.
Tal como o blog do amigo Geraldes Lino, são locais fundamentais de esclarecimento, informação e divulgação da BD.
Que durem por muitos anos!
Labas

Geraldes Lino disse...

Obrigado Labas, pelo seu comentário positivo. Desejo-lhe também longa vida como leitor de blogues e, ´por que não, como bloguista activo a pôr de pé um blogue sobre BD.

Rezendes disse...

Caro Geraldes Lino, os meus agradecimentos pelo destaque e, já agora, os meus desejos de um óptimo ano de 2006.
Quanto à terminologia, é (foi) teimosia minha, este estar um bocado «agarrado» a expressões antgas, mas sempre me irritou bastante o afrancesamento cultural português, sinónimo, pelo menos na minha opinião, de uma fraca expressão cultural deste nosso pequeno país, e de uma subserviência linguística a que não será estranha esta tendência que temos para alguma aculturação. Não será certamente um atestado de menoridade para os espanhóis continuarem a falar de «tebeos» ou para os italianos de «fumetti», nem mesmo para os anglófilos de «comics».
Um outro factor que francamente me incomoda é a frequente confusão que se ouve e lê entre banda desenhada e cinema de animação, sem que haja sequer por vezes a preocupação em distinguir estas formas de expressão artística.
Mas se calhar já estou um bocado velho para mudar de ideias. Enfim... caturrices.
Um abraço.

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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Geraldes Lino disse...

Caro Rezendes Costa
Só agora, em fins de 2007, voltei aqui por acaso e vi o seu comentário.
Dá pano para mangas esse tema que você aflorou acerca do afrancesamento da nossa cultura e subserviência linguística.
Quanto ao afrancesamento, foi bem visível nos idos de sessenta do século passado, em que os filmes franceses tiveram elevada cotação nos meios intelectuais (cine-clubes, por exemplo), e na linguagem (ménage à trois, coup de foudre, a vol d'oiseau, matinée, soirée, buffet, etc.).
Mas qual a diferença para a supremacia anglófona que veio aumentando gradualmente (foot ball, futebol; bloggers, bloguistas; computer, computador; ou até, sem tradução, "lounge", "teasers",
"snack bar", "flashback",
"freelancer", etc.).
No que ambos estaremos de acordo é sobre o provincianismo deste nosso pequeno e pobre país, q1ue leva as pessoas a valorizar tudo o que é estrangeiro, em detrimento do que é português.
Mas, contrariando-o um pouco, no que se refere à BD (HQ), também os italianos (fumeto,fumetti) chamaram Salone dei Comics ao pioneiro salão BD de Lucca, onde comecei a ir em 1978; e os espanhóis (tebeos, historietas) chamaram Salón del Cómic ao seu salão de BD, onde estive na década de 80 do século passado, o que indicia uma forte pressão anglófona também sobre países mais evoluídos do que o nosso.
(De repente, ocorreu-me: dá-me licença que reproduza esta nossa conversa numa rubrica a que eu chamaria, talvez, "Comentários do fundo dos meus "posts"? Já tenho visitado fóruns onde o nível das discussões é muito pobre, enquanto que neste blogue já tem havido algumas intervenções dignas de serem divulgadas e, eventualmente, suscitarem participações interessantes.

hauke disse...

olá

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cumprimentos hauke vagt

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

quero deixar neste precioso blog o endereço do meu:
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Anónimo disse...

Convém dizer que Mangá é masculino também.

Sempre que vir erros no meu blog (se o visitar regularmente) agradeço que mos aponte, eu cá estarei para os corrigir.
O meu problema é que ao escrever muito rápido não dou conta dos erros ortográficos, por isso de quando em vez lá passa uma ou outra asneirada.

david bastos

Geraldes Lino disse...

Caro confrade bloguista David Bastos
No que se refere ao vocábulo "manga", que eu comecei a escrever "mangá" porque estive no Japão, e perguntei a um japonês qual a pronúncia correcta da palavra,e ele pronunciou-a abrindo a última vogal.
Como nós, portugueses, respeitamos a pronúncia original (dizemos e escrevemos "máfia" porque os italianos assim pronunciam a palavra, embora eles não lhe ponham nenhum acento, e poderia tb mencionar "Flórida", e outros exemplos).
Então eu, sem nunca ter visto ninguém a escrever assim, passei a escrever e a dizer "mangá" (no meu fanzine Tertúlia BDzine, que distribuo gratuitamente na Tertúlia BD de Lisboa, tenho lá uma mangá, desenhada da direita para a esquerda, criada pelo J.Mascarenhas, nascida exactamente duma conversa entre os dois acerca disso).
Quanto ao género da palavra, disse-me o japonês que, naquele idioma, para coisas não há género masculino ou feminino (tal como no inglês, as coisas são neutras, usa-se "it", como sabemos).
Em Portugal, começou por se dizer e escrever "o manga, os manga", e ainda muita gente diz e escreve assim, suponho que por influência dos franceses, os primeiros europeus a divulgarem essas bedês japonesas, que dizem e escrevem "le manga".
Mas devo dizer-lhe que em Angoulême houve há três anos uma exposição intitulada "La Nouvelle Manga". Porque provavelmente terão pensado, tal como eu, que se estamos a falar de banda desenhada (nós), bande dessinée (eles), ambos estamos a falar de uma arte que se apresenta no feminino.
Portanto, na minha opinião - e sempre assim o escrevo -, a banda desenhada japonesa deve ser "a mangá".
Saudações bedéfilas e bloguísticas.
Geraldes Lino