sexta-feira, agosto 31, 2012

Livros sobre BD - Os meus Livros (VIII)




The Smithsonian Collection of Newspapers Comics é um dos mais importantes livros da minha colecção de obras de estudo da BD, neste caso específico de recolha e divulgação das bandas desenhadas que constituem um fascinante acervo da figuração narrativa americana.

Trata-se de uma edição com dimensões invulgares (35,5x25,5cm), composta por 336 páginas de elevada gramagem, que adquiri em Londres na década de 1980 por oito libras e meia, hoje um preço irrisório. Aliás, mesmo para a época, o seu custo podia ser considerado bastante acessível, graças ao facto de a entidade apoiante da edição ser a poderosa instituição cultural americana Smithsonian Institution Press.

O meu propósito é, neste caso, vagamente parecido com o da entidade que produziu o livro, e com o dos seus editores (editors, no sentido da palavra anglo-saxónica), Bill Blackbeard e Martin Williams: mostrar imagens de obras marcantes da banda desenhada americana, algumas delas quase desconhecidas de muitos apreciadores (em especial os da geração mais recente) da figuração narrativa - expressão que, pessoalmente, considero a mais apropriada e que melhor define esta criação verbo-icónica.

Dada a extensão da peça, e a grande quantidade de imagens que se torna imprescindível mostrar, tenciono dedicar mais três "posts" a tão notável obra.

Imagens que ilustram o "post":
1. Capa do livro
2.Hogan's Alley - Richard Felton Outcault - 1896
3. Buster Brown - R. F. Outcault -1905
4. The Katzenjammer's Kids - Rudolph Dirks - 1911
5. Maud - Fred Opper -1905
6. Little Nemo in Slumberland - Winsor McCay - 1908
7. Little Nemo in Slumberland - Winsor McCay - 1908    

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Os visitantes deste blogue que estiverem interessados em ver os sete "posts" anteriores deste tema, poderão fazê-lo clicando sobre o item Livros sobre Banda Desenhada-Os meus Livros visível no rodapé

3 comentários:

Pedro Moura disse...

Caro Geraldes,
Este é um livro muito importante, sem dúvida alguma, sobretudo pelo seu trabalho editorial e por ter sido relativamente inédito na altura. Espero que tenha e mostre igualmente o volume-companheiro, "A Smithsonian Book of Comic-Book Comics" (o título é maravilhoso), dedicado à banda desenhada em revistas, por oposição a este volume, de banda desenhada de jornais. E essa "oposição" será desde logo matéria de debate produtivo...
Se é verdade que concordo em que as gerações novas desconhecem grande parte deste património, também será verdade que a esmagadora maioria das gerações é sempre relativamente ignorante quer do que foi feito gerações antes e até mesmo da contemporaneidade imediata, salvo as excepções de quem estuda ou se dedica à banda desenhada para além de mero "leitor" (o que é, não obstante, a função mais importante de todas).
Por outro lado, penso que seria interessante fazer a ressalva que estes gestos editoriais são hoje bem mais comuns, quer nos Estados Unidos quer no espaço franco-belga nunca tivemos tanto acesso a edições antológicas, de "arquivos", de "integrais", etc., como presentemente. A "recuperação da memória" da banda desenhada (se me for permitida a auto-citação) é uma realidade hoje. Fará falta, claro, uma maior circulação dessa mesma memória, mas onde esta era uma pura ausência até à data, hoje poderá eventualmente encontrar-se caminhos mais informados. Ao contrário de outras artes, como o cinema ou a literatura (bruxo!), a banda desenhada era uma arte que vivia sempre numa espécie de "vazio histórico", de "fuga para a frente", mas hoje temos muitos instrumentos para poder fazer consolidar a sua história.
Abraços.
Pedro Moura

Geraldes Lino disse...

Caro Pedro
Sim, também tenho essoutro livro que menciona. Mas ainda terei de voltar a este duas ou três vezes, para dar uma ideia mais justa tanto do interesse do livro como do valor da passada figuração narrativa americana.
Depois dele (e até voltar a mexer neste tema) não estava a pensar no "Smithsonian Book of Comic-Book Comics" para uma próxima referência, antes um outro.
Estou de acordo consigo quando diz que "a esmgadora maioria das gerações é sempre relativamente ignorante quer do que foi feito gerações antes e até mesmo da contemporaneidade imediata". Mas o papel dos tais indivíduos que personificam as excepções, como é o seu caso (que muito bom trabalho tem desenvolvido nessa área num curto prazo de tempo) é esse, dar a conhecer factos, obras e autores, actuais e de gerações anteriores, que de outra forma passariam despercebidos.
Claro que o simples leitor - que também costumo valorizar, colocando a sua importância ao nível do autor, um em cada extremidade, ficando no meio os estudiosos (você, por exemplo), os críticos ou os simples divulgadores (eu entre muitos outros)- o simples leitor, repito, é o que, em última análise, justificará a permanência desta forma popular de literatura visual.
Apenas discordo de si quando diz que a "recuperação da memória da banda desenhada" é uma realidade hoje. Essa recuperação tem vindo a ser feita há umas três décadas, através de enciclopédias, dicionários, revistas de estudo ou de mero registo e divulgação, como é o caso do livro que nos está a servir de mote para esta troca de impressões.
Abraços.
Geraldes Lino

Geraldes Lino disse...

Caro Pedro
Sim, também tenho essoutro livro que menciona. Mas ainda terei de voltar a este duas ou três vezes, para dar uma ideia mais justa tanto do interesse do livro como do valor da passada figuração narrativa americana.
Depois dele (e até voltar a mexer neste tema) não estava a pensar no "Smithsonian Book of Comic-Book Comics" para uma próxima referência, antes um outro.
Estou de acordo consigo quando diz que "a esmgadora maioria das gerações é sempre relativamente ignorante quer do que foi feito gerações antes e até mesmo da contemporaneidade imediata". Mas o papel dos tais indivíduos que personificam as excepções, como é o seu caso (que muito bom trabalho tem desenvolvido nessa área num curto prazo de tempo) é esse, dar a conhecer factos, obras e autores, actuais e de gerações anteriores, que de outra forma passariam despercebidos.
Claro que o simples leitor - que também costumo valorizar, colocando a sua importância ao nível do autor, um em cada extremidade, ficando no meio os estudiosos (você, por exemplo), os críticos ou os simples divulgadores (eu entre muitos outros)- o simples leitor, repito, é o que, em última análise, justificará a permanência desta forma popular de literatura visual.
Apenas discordo de si quando diz que a "recuperação da memória da banda desenhada" é uma realidade hoje. Essa recuperação tem vindo a ser feita há umas três décadas, através de enciclopédias, dicionários, revistas de estudo ou de mero registo e divulgação, como é o caso do livro que nos está a servir de mote para esta troca de impressões.
Abraços.
Geraldes Lino