quinta-feira, dezembro 29, 2005

Príncipe Valente - A melhor edição portuguesa

Capa do volume relativo ao período 1937-38, onde se inicia a saga "Príncipe Valente Nos Tempos do Rei Arthur"

Já escrevi no jornal Mundo Universitário, acerca desta edição da obra Príncipe Valente, sob chancela de Livros de Papel, uma crítica que mereceu ser reproduzida no que foi o primeiro volume editado.

Mas seria uma lacuna incompreensível deste blogue "Divulgando BD" se nele não ficasse prova insofismável do meu apreço pela surpreendente edição portuguesa de uma das mais extensas sagas plasmadas em narração figurativa, sob o título original de Prince Valiant In the Days of King Arthur.

Inigualável trabalho a ser levado a cabo sob responsabilidade do estudioso e faneditor Manuel Caldas - com o apoio logístico e financeiro de José Manuel Vilela, livreiro e alfarrabista de Lisboa -, Príncipe Valente Nos Tempos do Rei Arthur (título que, mais do que traduzido, foi ligeiramente interpretado, mas não traído), a superior qualidade gráfica dos três volumes já editados é bem demonstrativa do rigor e da exigência de Caldas enquanto editor, e da paixão que ele permanentemente votou, no papel de leitor, à obra-prima realizada por Harold Rudolf Foster.

As aventuras, inseridas em ambiente medievo, deste valente príncipe, sempre mereceram de Manuel Caldas a sua incondicional admiração - desde a tenra idade em que as conheceu nas páginas coloridas do entretanto desaparecido jornal portuense Primeiro de Janeiro -, e até já lhe dedicou o extenso e bem documentado livro Foster e Val, há alguns anos editado por ele próprio.

Inconformado, todavia, no que concerne ao registo visual dessas aventuras em terras lusitanas, um tanto pelo facto de as várias edições sempre terem ficado inconclusas, mas em especial pela deficiente impressão que todas tiveram, Manuel Caldas há muito que ansiava ser ele próprio a editar algo que não deturpasse a beleza das imagens que imenso o fascinaram, desde o primeiro momento em que as viu.

E assim aconteceu que, de repente, no decorrer deste ano de 2005, assistiram com júbilo todos os apreciadores dos Clássicos da Banda Desenhada, ao explodir dos resultados da tarefa homérica a que Manuel Caldas, lá discretamente escondido na Póvoa de Varzim, meteu ombros, traduzindo as legendas, restaurando as pranchas, fazendo o grafismo das capas sob desenhos de Hal Foster, escrevendo a estupenda introdução, mais as preciosas anotações no fim de cada volume, onde esmiuça as falhas, ou evidencia as qualidades, de cada vinheta, de cada imagem, de cada pormenor.

Saravá, amigo Manuel Caldas.

10 comentários:

Anónimo disse...

O Primeiro de Janeiro não desapareceu, continua vivo embora de saúde débil...

Geraldes Lino disse...

Ah, tem razão, o jornal do Norte que desapareceu foi "O Comércio do Porto".
Mas não tendo desaparecido o jornal "O Primeiro de Janeiro", desapareceu a bem boa página dominical onde era publicada, entre outras séries, "O Prícipe Valente".
Eu aí no Porto conheço o Júlio Moreira. Mera coincidência de apelidos?

Anónimo disse...

:) Sim, suponho que seja mera coincidência! Há muitos Moreiras por aqui - é raro o dia em que o "Jardim das Tabuletas" do Jornal de Notícias não traga dois ou três Moreiras, pelo menos!

Geraldes Lino disse...

Espero que não tenha nada a ver com esse dito cujo "jardim" por muitos anos.
Agradeço-lhe ter visitado este blogue, e será muito agradável para mim ler mais comentários seus, quando lhe aprouver.
Bom Ano, com saúde e boa BD.

Anónimo disse...

Caro Geraldes Lino:
Gostei de ler os teus comentários à excelente reedição do PV. Só não compreendo isso da interpretação, en vez de tradução, do título, e gostaria que explicasses.
Saudações do
M. Noel Hantonio

Anónimo disse...

Ainda outra mensagem do mesmo "anónimo": a edição não é apenas a melhor de Portugal - é a melhor do mundo e de todos os tempos.
M. Noel Hantonio

Geraldes Lino disse...

Caro M. Noel Anthonio: há muito que não usavas este pseudónimo, penso que desde o desaparecimento do teu estupendo fanzine "Nemo". Eu disse que era uma interpretação, porque em inglês há a expressão "in the times of". Por exemplo: "in the times of the Roman Empire", e aqui sim, é que traduzido literalmente será "nos tempos do Império Romano".
Portanto, passar a frase "in the days" para a língua portuguesa, apresentando-a como "nos tempos" é, não uma tradução linear, mas arranjar a frase equivalente na nossa língua.
Está correcto, eu não disse que está incorrecto, seria absurdo da minha parte; apenas, em termos de purismo na passagem de um idioma para outro, classifiquei de adaptação à nossa maneira de dizer. Sem haver deturpação, acrescentei.
Parabéns pelo belo trabalho que estás a fazer.
Já agora, aproveito para uma correcção no português: no 1º volume publicado (Anos 1943-44, que ainda não li todo, tal como recomendaste para esperar pelos anteriores,para ler/ver seguidos), mas nesse volume, cuja ficha técnica li, está escrito "contra-capa", que é erro; o correcto é "contracapa".
Aliás, como já deves ter visto no meu blogue, tenho a rubrica "Português em mau estado na BD(...)".
Não obstante a muita consideração que tenho por ti e pelo teu trabalho, e apesar de nos conhecermos há muitos anos, quando encontrar erros que eu classifique com suficiente gravidade, tenciono referi-los naquela rubrica.
Saudações bedéfilas.

Anónimo disse...

Desculpem meter o bedelho, mas traduzir é, precisamente "arranjar a frase equivalente na nossa língua". Traduzir é isso, escrever a mesmíssima frase é fazer tradução literal. Não pode ser de outra maneira porque a tradução literal dá, muitas vezes, resultados absurdos ou incorrectos.

Anónimo disse...

best regards, nice info »

Anónimo disse...

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